Cinco fundistas brasileiros viajam na noite desta quarta-feira (14) para a Polônia, onde disputam, no próximo sábado (17), o Mundial de Meia Maratona, na cidade de Gydnia. A prova de 21 quilômetros marca a retomada dos principais eventos da World Athletics - federação Internacional de atletismo - desde o início da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
No masculino, o Brasil será representado por Ederson Vilela Pereira, Gilmar Silvestre Lopes e Daniel Ferreira do Nascimento. Este último é, atualmente, o líder do ranking nacional de Meia Maratona, com tempo de uma hora, quatro minutos e 34 segundos. A marca foi estabelecida por ele ao vencer a edição deste ano da Meia Maratona Internacional de São Paulo, em fevereiro, transmitida ao vivo pela TV Brasil.
"Espero fazer uma ótima prova. Acredito que estou bem treinando e que vou melhorar bastante minha marca. Pude consertar mil e uma coisas [durante a preparação]", afirma Daniel, que compete pela Associação Bauruense de Desportos Aquáticos (ABDA), de Bauru (SP).
A princípio, a competição na Polônia seria disputada em março, mas precisou ser adiada devido à pandemia. "Tivemos que alterar todo o planejamento. Ele teve um descanso em abril e recomeçamos a preparação após o início de maio, treinando sempre de forma isolada, por vezes sozinho, em estradas de terra", descreve o técnico de Daniel, Neto Gonçalves.
Entre as mulheres, o Brasil contará com Valdilene dos Santos Silva e Andreia Hessel. Para ambas, o Mundial é a oportunidade de retomar o ritmo de competição em uma prova forte, já que miram a Maratona de Valência (Espanha), em dezembro, onde podem atingir o índice olímpico (correr abaixo de duas horas, 29 minutos e 30 segundos) para assegurar vaga nos Jogos de Tóquio (Japão).
"Não estamos pensando muito em marca, até porque eu tive uma preparação um pouco limitada, por morar em São Paulo [capital] e não ter conseguido treinar nos locais que a gente está acostumado, para fazer um treino específico [devido às restrições da pandemia]. Então, a expectativa para o Mundial é aproveitar [a concorrência com] os atletas que estarão lá. Acredito que será uma das edições mais fortes. Possivelmente, cairão os recordes [mundiais], tanto no masculino como no feminino", avalia Valdilene.
Já para Andreia, a disputa será a volta dela aos eventos internacionais após um ano. "Minha última foi o Mundial [de Atletismo] em Doha, no Catar. Na semana passada, corri uma prova de 10 quilômetros em pista, em Bragança Paulista (SP). A expectativa é sempre a melhor. A meta é buscar minha melhor marca pessoal", diz a fundista, que compete pelo Pinheiros, de São Paulo, assim como Valdilene.
Além dos atletas, a delegação brasileira na Europa será composta pelo técnico Claudio Castilho, pelo médico André Luís Lugnani de Andrade e pelo fisioterapeuta Ricardo Zacharias de Souza. Todos foram submetidos a testes da covid-19 antes da viagem e serão novamente examinados ao chegarem na Polônia na quinta-feira (15), conforme os protocolos sanitários do país.