Muito além de trabalhar pela manutenção da segurança das cidades e das pessoas, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) trabalha em prol do desenvolvimento e inserção das crianças na sociedade em diversas regiões do estado. Por meio de projetos e ações sociais, os militares dedicam tempo e energia para permitir que os pequenos cidadãos cresçam saudáveis e conscientes de seus direitos e deveres.
Um exemplo pode ser visto na cidade de Berizal, no Território Norte. Ao visitar uma escola durante o policiamento comunitário, os sargentos da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar de Taiobeiras, Genival Dias de Oliveira e Vandir José Madureira, notaram que as merendas distribuídas para os alunos poderiam dispor de uma variedade maior de hortaliças e, com isso, tomaram a iniciativa de criar uma horta comunitária para que a alimentação escolar fosse reforçada.
“Havia um terreno sem utilização nos fundos do quartel e, conversando com outros militares, decidimos doar algumas de nossas horas de folga para a preparação da terra e o plantio das hortaliças orgânicas”, diz o sargento Genival, comemorando a ampliação recente da horta, que permitirá a distribuição dos alimentos para mais três escolas da cidade.
Segundo o sargento, a iniciativa teve grande repercussão na cidade e atrai, diariamente, dezenas de alunos ao batalhão para conhecer a plantação.
Os alimentos orgânicos derivados da horta são doados e distribuídos para cinco escolas da cidade e uma creche – onde são alimentadas 60 crianças. Com o apoio de moradores voluntários da comunidade, os militares fazem a manutenção e a entrega dos alimentos nas escolas. A horta já está em sua segunda colheita desde fevereiro.
De acordo com o coordenador responsável pelo canal PMMG Mirim no Youtube e no Facebook, tenente Cristiano Araújo, ações como essa aproximam a polícia da comunidade e contribuem para a formação de cidadãos do bem.
“A aproximação da polícia com as crianças é a medida mais inteligente que fazemos, em médio e longo prazos. Isto porque elas estão formando sua noção de caráter”, aponta. “Estas iniciativas contribuem muito para que cresçam preparados para a construção de um mundo melhor. Não queremos deixar esta missão só para as famílias ou responsáveis”, afirma Araújo.
Horta de Berizal (Foto: Divulgação/PMMG)
Patrulheiro mirim
Já em Ituiutaba, no Território Triângulo Norte, uma ação desenvolvida semestralmente pela Polícia Militar abre portas para a educação e o desenvolvimento físico de crianças de 8 a 12 anos. O projeto “Patrulheiro Mirim”, criado em março, é realizado em parceria com o Judiciário e atende crianças de baixa renda indicadas por escolas da cidade. A procura tem sido tão alta que, apesar da indicação, estão sendo realizados sorteios para a escolha dos participantes.
As atividades do projeto acontecem durante três dias na semana no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), espaço cedido pela prefeitura municipal, onde os alunos assistem aulas teóricas sobre educação no trânsito, noções de primeiros socorros, prevenção de acidentes e educação financeira, entre outras.
Na sexta-feira, os alunos dirigem-se à unidade local do Sesi, onde praticam natação, futsal e outras atividades esportivas sob a supervisão de professores e militares envolvidos no projeto, sempre em horários alternados aos da escola.
“Os patrulheiros mirins gostam muito. Tanto que os que iniciaram no primeiro semestre nos procuraram querendo retornar ao projeto, mas tivemos de explicar que havia finalizado”, diz a tenente do 54º Batalhão da Polícia Militar, Hévila Pradela, uma das responsáveis pelo projeto.
Aproximadamente 60 patrulheiros mirins já foram formados. Segundo Hévila, para dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido, a Polícia Militar de Ituiutaba estuda uma extensão do projeto, que incluiria reuniões mensais, permitindo que os patrulheiros mirins formados continuem participando.
Para o ex-patrulheiro mirim Caíque Aparecido da Silva, de 11 anos, o projeto trouxe conhecimentos e aprendizados que vão servir para toda a vida. “Eu levantava de manhã, ia comer e não queria fazer nada. Agora levanto, arrumo minha cama e ajudo minha mãe com as tarefas de casa. Sou mais responsável”, diz.
Ele afirma que o relacionamento com sua família também melhorou. “É muito legal. Eu ia às aulas do projeto na terça e na quarta. Na sexta-feira, as atividades eram no Sesi. Lá, a gente nadava, jogava basquete, futebol. Fiz muitos amigos”, completa.
Para Maria Helena da Silva, mãe do Caíque, o projeto é uma excelente iniciativa para as crianças. “Ele aprendeu muitas coisas. Ele gostou muito e fala comigo que quer aprender muitas coisas, que quer ser alguém na vida e, por isso, agora coloquei ele no projeto dos escoteiros”, comenta, orgulhosa.